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Desembargador Roberto de Vicente


DESEMBARGADOR ROBERTO DE VICENTE

Por Robson Marques Cury 

Roberto de Vicente, filho de Antônio Vicente e de Leonor de Souza Vicente, nasceu no dia 2 de fevereiro de 1946, em Pinhalão (PR). Tornou-se bacharel pela Faculdade de Direito do Norte Pioneiro, turma 1972. 

Exerceu a advocacia até ingressar na carreira da magistratura, após concurso, sendo nomeado juiz substituto em 19 de junho de 1984, atuando nas comarcas de Cascavel e Laranjeiras do Sul. No dia 3 de outubro de 1986, foi nomeado juiz de direito e exerceu a função nas comarcas de Quedas do Iguaçu, Antonina, Pato Branco, Cascavel e Curitiba. 

Roberto de Vicente foi promovido ao cargo de desembargador do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná (TJPR) em 23 de março de 2007. 

Faleceu no dia 27 de maio de 2018, em pleno exercício de suas funções. 

Conheci o Roberto de Vicente quando ele, recém aprovado em concurso, assumiu o cargo de juiz substituto em Seção Judiciária da então comarca de entrância intermediária de Cascavel, e eu ocupava o cargo de juiz de direito da Vara Cível da comarca de Toledo. Trabalhamos juntos na comarca de Cascavel, elevada à entrância final, para onde eu fui promovido por merecimento. Roberto de Vicente depois foi nomeado juiz de direito da entrância inicial de Quedas do Iguaçu, onde tive a oportunidade de visitá-lo em aprazível moradia e de velejar com prancha de windsurfe no lago da Usina Hidrelétrica de Salto Osório. Muito anos mais tarde, nos reencontramos na capital, promovidos para o cargo de desembargador. 

Sempre com sorriso no rosto, gostava de conversar e discutir sobre tudo. Defendia com denodo suas posições jurídicas. Suas paixões eram pescar e dançar com a sua esposa Marise. 

O seu inseparável amigo, desembargador Jorge de Oliveira Vargas, muito sentido pela precoce partida do Roberto, recordou, a meu pedido, passagens do convívio: 

“Conheci o Roberto na década de 1990, quando trabalhávamos na Comarca de Pato Branco, ele na 1ª e eu na 2ª Vara Cível. Logo ficamos muito amigos; amizade que perdurou aqui em Curitiba até o momento em que ele viajou para outra dimensão. Fizemos várias viagens juntos: ele e sua esposa Marise, e minha esposa Martha e eu, inclusive algumas para a Itália, país de seus pais. 

Pessoa culta, juiz competente e que tinha como características usar sempre o bom senso; o bom senso era sua suprema lei. Sempre que possível buscava resolver os conflitos através da conciliação. 

Gostava muito de dançar e, diga-se de passagem, dançava muito bem. Nas horas vagas era artesão. 

Como eu disse, éramos muito amigos, tanto que tive o privilégio de celebrar o casamento de seus dois filhos, da Ana Bianca e do Cedric. 

Nos reuníamos constantemente em sua casa para jogarmos baralho, comer uma pizza e conversar. Éramos três casais: ele e Marise, o Luis Carlos Xavier e sua esposa Eliane e eu a Martha. Gostávamos de jogar “tranca”, mas nós, os homens, nunca conseguimos ganhar delas, provavelmente porque, eu desconfio muito, havia algum “jeitinho” que elas usavam para nos impor tantas derrotas (rs). 

Foi uma pessoa que deixou muitas saudades. Também gostava de pescar e de futebol. Em política, sempre se manteve fiel ao extinto partido PSD, e era aí que disputávamos questões partidárias ideológicas, pois eu me mantinha adepto a UDN. Isso era motivo para muitas “discussões”, mas sempre concluíamos que tanto de um lado, como de outro, havia muitos prós e contras. 

Foi um juiz atuante, independente, sem vaidade, e que mantinha sempre a serenidade em seus julgamentos”. 

Outro amigo inseparável, desembargador Luiz Carlos Xavier, sempre estava presente, inclusive nos últimos dias de vida, e, sentindo muito a dor da separação, a meu pedido, relembrou: 

Roberto de Vicente 

Escrever sobre alguém que marcou a nossa vida não é tarefa fácil, principalmente quando se trata de uma pessoa tão simples e ao mesmo tempo tão intensa. 

Falar de Roberto de Vicente é um prazer imenso e uma responsabilidade ainda maior. 

Nos conhecemos como colegas na Comarca de Pato Branco, eu chegando à Comarca e o Roberto sendo Diretor do Fórum. 

Com seu jeito simples, me gentilmente me acolheu. 

A passagem de status de colega para amigo ocorreu de forma natural, levando ao convívio entre as famílias, que mantemos e que se fortalece com o tempo. 

Lembro dos muitos momentos de alegrias, confraternizações, viagens, jogos de cartas, trocas de experiências pessoais e também momentos de dificuldades, tristezas e de estender a mão para nos apoiarmos. 

Como a saudade aperta...... 

São lembranças que nunca deixarão de me acompanhar e que demonstram a personalidade marcante do Roberto, confirmando Mário Quintana quando diz “a saudade é o que faz as coisas pararem no tempo”. 

Para a esposa Marise, filhos Cedric Antônio, Anna Bianca, Cedriquinho, netos Roberto, Antonella e Cattarina, com o carinho da minha família. 

Há pessoas que simplesmente aparecem em nossas vidas e nos marcam para sempre.